Bactérias e Antibióticos

Você sabe o que são bactérias? Bactérias são seres vivos que possuem o material genético espalhado em seu citoplasma, ou seja, são seres procariontes (que não possuem núcleo). Elas ainda são unicelulares! Não é incrível pensar que existem organismos capazes de sobreviver com apenas uma célula para realizar todas as funções necessárias ao organismo? Em contrapartida cada um de nós possuímos cerca de 10 trilhões de células para sobrevivermos.

Uau! Muita coisa né! E apesar das bactérias serem uma célula tão simples, elas são células independentes. Algumas características morfológicas específicas das bactérias são:

• Possuem parede celular, que é responsável por sua proteção e também por manter seu formato. Ainda, a parede celular pode ser o local de atuação de alguns tipos de antibióticos;
• Ausência de organelas citoplasmáticas além do ribossomo, o que a torna uma célula muito mais simples do que as nossas células e do que as células vegetais, mas ainda sim é muito eficiente;
• Possuem plasmídeo, que é um material genético também conhecido como DNA extracromossômico, ou seja, uma pequena molécula de DNA em formato circular que apresenta duplicação independente do DNA bacteriano. O plasmídeo pode ser responsável por transmitir a resistência aos antibióticos para outras células bacterianas;
• Algumas bactérias podem conter flagelos, que são estruturas de locomoção, e estruturas mais finas denominadas fimbrias ou pili, que são responsáveis pela fixação das bactérias em superfícies.

Apesar das bactérias serem extremamente pequenas, de forma que nem conseguimos vê-las sem usar um microscópio (cerca de 2 a 5 µm - micrometros), elas podem atuar em nosso organismo de forma bem significativa, seja para nos ajudar, como os probióticos, que são bactérias que vivem no intestino humano e auxiliam no metabolismo, seja para causar doenças, como a cárie, brucelose, gonorreia etc. E para evitar as bactérias que causam doenças foram criados os antibióticos, que são compostos naturais ou sintéticos capazes de interferir no crescimento bacteriano ou causar a morte desses seres.

Você conhece a história dos antibióticos?

O médico bacteriologista Alexander Fleming foi quem descobriu o primeiro antibiótico! Ele descobriu a Penicilina enquanto estudava o comportamento de bactérias Staphyloccocus aureus, que é responsável por infecções graves. Enquanto ele realizava os seus experimentos uma cultura acabou sendo contaminada por um fungo, o Penicillium notatum, que cresce naturalmente em pães. E foi a partir dessa cultura contaminada que Alexander reparou que aonde esse fungo se desenvolveu a cultura de bactérias não conseguia se desenvolver, formando um alo sem crescimento bacteriano ao redor do fungo. Desde então vários estudos e novas drogas foram produzidos com ação semelhante sobre diferentes tipos de bactérias, permitindo que várias doenças consideradas incuráveis como a tuberculose, sífilis, tétano, gonorreia, difteria, entre outras, puderam ser tratadas e/ou curadas!

Os antibióticos podem ser classificados em dois tipos: os bactericidas, responsáveis pela morte das bactérias, e os bacteriostáticos, que são responsáveis por inibir o crescimento bacteriano. A atuação desse tipo de remédio se dá de diversas formas, podem danificar ou inibir a síntese da parede celular, podem inibir a síntese de proteínas e dos ácidos nucleicos etc. O importante é saber que os antibióticos não possuem nenhum tipo de função em doenças causadas por vírus! E ainda que o seu uso indiscriminado, ou seja, sem prescrição médica ou sem seguir as orientações médicas, está causando um problema muito sério - a Resistência Bacteriana.

Mas o que é essa Resistência Bacteriana? E como isso pode me afetar?

As bactérias conseguem sofrer mutações que as favoreçam, de forma que possuem grande capacidade de se adaptar ao meio onde vivem. Assim, quando usamos repetidamente e indiscriminadamente medicamentos como os antibióticos, aquelas bactérias que não morreram durante o tratamento por serem resistentes, podem transmitir essa resistência ao tratamento para outras bactérias ou podem até mesmo sofrer mutações que aumentam a sua resistência. Isso acaba resultando na formação das conhecidas Super Bactérias – que são organismos selecionados e resistentes aos antibióticos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou essa situação como alarmante. Se continuarmos a usar os antibióticos de forma errada fazendo com que as bactérias fiquem cada vez mais resistentes, até infecções pequenas ou pequenos ferimentos podem sofrer complicações mortais. Isso significa que esse problema das Super Bactérias nos afeta de forma direta, mesmo que você seja o tipo de pessoa que toma o antibiótico até acabar o tratamento sem interrompê-lo, e que não realiza a automedicação, ainda sim estará sujeito a essas bactérias porque as outras pessoas não tomaram os devidos cuidados.

E agora? Quais são esses cuidados e como podemos nos prevenir?

Para a sorte da humanidade esses cuidados são bem simples como lavar as mãos frequentemente e tomar as vacinas nas datas certas (para saber mais sobre as vacinas acesse o link https://www.papocomciencia.com.br/pages/materias/vacina.html). Além disso, e principalmente para evitar as Super Bactérias é importante não realizar a automedicação e não interromper o tratamento com antibióticos ao primeiro sinal de melhora, o tratamento deve ser seguido até o dia final segundo a ordem médica. E mais um ponto importante nisso tudo é disseminar a conscientização sobre o assunto! Como essa é uma luta de todos, todos devemos entender e repassar informações corretas para que tenhamos cada vez menos complicações.