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Lixo: como separar, destinar e reduzir?

Ivana Jaskiu
Vitor Ludke
11 mar 2021

revisão textual: Talita Braga

Segundo a ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, no ano de 2019 foi gerado quase 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos apenas nas cidades brasileiras. Isso é quase 350 kg de lixo por pessoa por ano! E pior, desse valor imenso, 40,5% do resíduo teve uma destinação inadequada! Com o passar dos anos o tamanho médio da população mundial só aumenta, e consequentemente, a quantidade de lixo também aumenta. Mas a boa notícia é que a gente pode ajudar a melhorar tudo isso! Quer saber como? Segue com a gente!


Fonte: Gazeta do Povo, 2020.

O que é lixo?

O lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora, coisas consideradas inúteis, velhas e sem valor. Outra palavra que descreve esse material é resíduo, que possui o mesmo significado e é mais utilizado pelas instituições e órgãos responsáveis por seu gerenciamento. Os resíduos são gerados por nós e consequentemente devem ser nossa responsabilidade. Por isso vamos explicar aqui os tipos de resíduos que existem.

Tipos de resíduos

Os resíduos podem ser classificados em mais do que apenas resíduo orgânico ou reciclável como estamos acostumados, podendo também ser identificado como resíduo perigoso, industrial, sólido urbano, de construção civil, de serviço de saúde e de mineração.


Tipos de resíduos Definição
Orgânico
Fonte: Vida e Ação, 2018.
Qualquer resíduo proveniente de material de origem animal ou vegetal, e materiais que já foram utilizados como, por exemplo, restos de comida.
Reciclável
Fonte: Freepik,2020.
Todo resíduo que é capaz de passar por uma transformação e ser utilizado de matéria prima para fabricação de outro produto, por exemplo, papel, plástico e vidro.
Perigoso
Fonte: Freepik, 2019.
Resíduos que oferecem riscos à saúde humana e ao meio ambiente, por exemplo, pilhas, baterias e óleo de cozinha.
Industrial
Fonte: Freepik, 2020.
Resíduos gerados pelas indústrias, por exemplo, lodo, fuligem e serragem.
Sólido Urbano
Fonte: Freepik, 2018.
Composto por resíduo domiciliar + resíduo de limpeza pública + resíduo comercial, ou seja, todo resíduo que é gerado em uma cidade.
Construção Civil
Fonte: Freepik, 2020.
Resíduos gerados em construções como, por exemplo, os entulhos.
Serviço de Saúde
Fonte: Dinâmica ambiental, 2018.
Resíduos gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária).
Mineração
Fonte: Freepik, 2020.
Resíduos gerados na atividade de extração ou beneficiamento de minério, por exemplo, resíduos minerais.


Destinação final dos resíduos

Assim como existem diversos tipos de resíduos, também existem diferentes tipos de destinação e disposição final para eles. Porém, nem sempre o método adotado em algumas cidades é o melhor para o meio ambiente e para a nossa saúde, como é o caso dos lixões a céu aberto.

O lixão consiste em nada mais do que juntar todo o resíduo gerado dentro de uma ou mais cidades e jogá-lo em um lugar afastado, sem nenhuma preparação do terreno. Isso faz com que os lixões se tornem perigosos para a nossa saúde e para o meio ambiente, pois a decomposição do resíduo descartado vai gerar um líquido chamado chorume. As características desse chorume vão depender diretamente das características dos resíduos que foram descartados, e por muitas vezes alguns resíduos que não deveriam ser descartados nos lixões, e nem mesmo em aterros sanitários, como é o caso dos resíduos perigosos, fazem com que esse chorume contenha substâncias que podem ser perigosas para o meio ambiente e nossa saúde. Quando esse líquido é formado ele escoa pela terra e pode chegar até um lençol freático ou algum rio superficial, resultando em poluição hídrica e do solo.

Além disso, toda a decomposição dos resíduos depositados nos lixões também gera gases poluentes e intensificadores do efeito estufa, como o metano, que também é o responsável pelo mau cheiro. O amontoado de resíduos dos lixões também chama atenção de animais que são vetores de doenças. Animais como insetos, ratos e urubus são atraídos em busca de restos de alimentos, mas o problema disso é que se houver algum tipo de contaminação, esses animais acabam atuando como vetores e espalhando doenças pelas cidades.


Fonte:Flickr, 2001.


A maneira correta de disposição final dos resíduos é o aterro sanitário, que é um projeto de engenharia feito para resolver os problemas que são causados pelo lixão.



O aterro sanitário começa com a preparação inicial do terreno, que consiste na sua parte inferior que é formada por uma camada de um plástico especial, chamado geomembrana, seguido de uma camada de argila compactada, que servem para evitar que o chorume escoe para o solo e, consequentemente, para cursos d’água. Só então é iniciada a deposição dos resíduos em camadas, sendo que quando termina uma camada a mesma é coberta por uma camada de terra ou temporariamente por uma lona para evitar a entrada de vetores transmissores de doenças.

Mesmo com todo esse cuidado na formação das camadas de decomposição, também são formados chorume e gases. O chorume é coletado através de uma tubulação e enviado para tratamento, enquanto os gases também são coletados por tubulações, e posteriormente podem ser reaproveitados para geração de energia, ou queimados no final da tubulação a fim de torná-los menos poluentes.


Ok, agora que já vimos o tipo de disposição que não podemos adotar – o lixão, e o tipo ideal para ser adotado nas nossas cidades – o aterro sanitário, você saberia dizer qual a destinação correta de algumas classes de resíduos?

  • Resíduos orgânicos: segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010), a destinação prioritária desses resíduos deve ser o aproveitamento através da compostagem, mas hoje em dia a destinação mais adotada são os aterros sanitários e os lixões;
  • Resíduos Recicláveis: devem ser separados na coleta seletiva e encaminhados para a reciclagem, onde poderão servir como matéria prima para fabricação de novos produtos;
  • Resíduos perigosos: devem ser encaminhados para uma destinação especializada como postos de recolhimento específicos ou serem devolvidos no local da compra, como é o caso de remédios, pilhas, embalagens de agrotóxicos etc;
  • Resíduos de serviço de saúde (perigosos): por serem considerados perigosos à saúde humana, esses resíduos devem ser separados dos demais resíduos no momento de sua geração. Neste caso, o ideal é entrar em contato com uma empresa especializada para a coleta desses resíduos. ATENÇÃO - Estes resíduos não devem ser misturados com os demais resíduos não perigosos, principalmente aqueles que são considerados perfurocortantes e contaminantes, pois além de ser necessária uma destinação especial para esse tipo de resíduo, ele pode acabar provocando acidentes com os coletores que não estão preparados com luvas próprias para apanhá-los;
  • Resíduo da construção civil: deve ser encaminhado para reciclagem com uma empresa especializada, e em alguns casos a prefeitura pode ser a responsável por esse tipo de resíduo.

Atitudes que podemos tomar no dia a dia para reduzir a produção de lixo!

1- Mude de atitude, não seja influenciado pelo consumismo e compre somente o que é necessário.

2- Opte por produtos a granel e leve seu pote para comprá-los.

3- Pense em substituições, troque os copinhos de água e café por uma versão reutilizável, na hora das compras troque as sacolas plásticas pelas ecobags reutilizáveis.

4- Evite desperdícios.

5- Então siga a regra dos 5 R 's: Repense, Recuse, Reduza, Recicle e Reutilize.


Repense sempre! Lembrando que é muito importante Recusar e Reduzir, assim resíduos não estarão sendo gerados! E também que a reciclagem e compostagem são ótimos métodos para Reciclar e Reutilizar!


Referências:
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020. Disponível em: https://abrelpe.org.br/panorama/. Acesso em: 08 março 2021.
BRASIL. Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 08 março 2021.
G1.GLOBO. 8 dicas para diminuir a quantidade de lixo produzido em casa em 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/especial-publicitario/um/troque-todos-por-um/noticia/8-dicas-para-diminuir-a-quantidade-de-lixo-produzido-em-casa.ghtml.