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Bacteriófagos

Lícia Scheuer Finta
25 jun 2020

revisão textual: Talita Braga

Os bacteriófagos, que também são conhecidos como fagos, são vírus de DNA ou RNA que infectam especificamente bactérias. Esse nome vem do grego e significa “comedor de bactérias”. Eles são parasitas intracelulares, pois se aderem à bactéria, perfuram sua parede celular e injetam o seu material genético no citoplasma bacteriano.

Bacteriófagos infectam especificamente bactérias!

Os bacteriófagos possuem uma estrutura simples como os vírus que parasitam células de animais e vegetais, mas muitas vezes essa estrutura é representada por uma morfologia muito mais complexa. Um bacteriófago é composto por uma cabeça, cauda e fibras da cauda.

A cabeça ou capsídeo dos bacteriófagos é formada por proteínas que protegem o material genético no seu interior. Já a cauda e as fibras da cauda são estruturas que estão relacionadas com a fixação do fago na bactéria e com a injeção do seu material genético no interior dela – que é o seu hospedeiro.

Os bacteriófagos possuem uma morfologia complexa.

Alguns bacteriófagos podem infectar diferentes bactérias, mas alguns deles são muito específicos, sendo capazes de infectar apenas uma espécie. Então, assim como os demais vírus, os bacteriófagos podem possuir uma grande especificidade (para saber mais sobre vírus acesse o link https://papocomciencia.com.br/pages/materias/virus.html). Essa especificidade pode ser entendida como o molho de chaves da nossa casa, em que cada chave só consegue abrir e fechar uma porta específica, ou seja, muitas vezes um bacteriófago só consegue parasitar uma espécie de bactéria. Então, quando um bacteriófago encontra a sua bactéria específica logo ele se liga a ela e introduz o seu material genético no interior da célula. Dessa forma, com o material genético no citoplasma da bactéria o fago pode começar a utilizar as estruturas celulares para duplicar o seu material e produzir novas proteínas que irão formar os capsídeos, a cauda e bainhas da cauda.

O bacteriófago utiliza da própria bactéria para se multiplicar! Ou seja, assim como os outros vírus, os fagos “escravizam a célula”.

Existem duas maneiras dos fagos se reproduzirem dentro da célula bacteriana, nós chamamos de ciclo lítico e ciclo lisogênico. No ciclo lítico, após o fago se multiplicar e fazer sua montagem no interior da célula (semelhante à forma que os vírus de animais fazem e que pode ser verificado no link https://papocomciencia.com.br/pages/materias/virus.html), a bactéria se rompe e sofre lise. Dessa forma, o rompimento da parede celular bacteriana libera as dezenas de fagos que se encontravam prontos dentro da sua célula. Com isso a bactéria hospedeira acaba morrendo e esses fagos já saem prontos para infectarem novas bactérias! No ciclo lisogênico não ocorre lise celular. Nesse ciclo o material genético do fago é incorporado ao material genético da célula bacteriana hospedeira que se encontra disperso pelo citoplasma (para saber mais sobre bactérias acesse o link https://papocomciencia.com.br/pages/materias/bacterias.html). Nesse momento o fago é conhecido como provírus ou profago, e ele pode permanecer assim e ser propagado, ou seja, ele vai se multiplicando junto com a bactéria, toda vez que ela se reproduzir.

No ciclo lítico ocorre lise da célula bacteriana, enquanto no ciclo lisogênico não!

Os bacteriófagos são vírus específicos de bactérias, ou seja, eles não parasitam outros tipos de células, como por exemplo, as células humanas. Com isso, além deles não causarem danos à saúde humana, eles ainda podem ser usados no tratamento de doenças causadas por bactérias. É isso mesmo! Os bacteriófagos podem se tornar aliados do homem e serem utilizados em tratamentos conhecidos como fagoterapia.

Mas, o que é fagoterapia?

A fagoterapia se baseia na inserção de fagos no organismo humano, seja por via oral, subcutânea, intramuscular ou uso tópico. Isso é realizado para que os fagos encontrem as bactérias causadoras de doenças e as destruam, causando a lise celular. Uma vantagem dessa terapia para o tratamento de doenças bacterianas é que não existem efeitos colaterais, pois essa técnica só atua nas bactérias específicas.

Essa é uma técnica é antiga! No ano de 1921, na França, já foi relatado o uso de bacteriófagos no tratamento de uma doença bacteriana. Porém, com a descoberta dos antibióticos em 1940, os bacteriófagos acabaram sendo deixados de lado. Entretanto, é conhecido que a fagoterapia apresenta resultados promissores, com uma taxa de sucesso de 75 a 100%, dependendo do patógeno. Mas, apesar de apresentar bons resultados, a fagoterapia não foi e ainda continua não sendo muito utilizada. Uma das razões para isso é que ainda existem poucos estudos a respeito. Mas a boa notícia é que mais recentemente isso vem mudando! Com o avanço do problema das super-bactérias (para saber mais sobre as super-bactérias acesse o link https://papocomciencia.com.br/pages/materias/bacterias.html), que são resultado da contínua e má utilização dos antibióticos por toda a população, esse tipo de terapia vem ganhando a atenção como uma alternativa aos antibióticos e também como um forte aliado do homem na luta contra as super-bactérias.


Referências:
A alternativa da fagoterapia: Disponível em: http://agencia.fapesp.br/a-alternativa-da-fagoterapia/6276/
Bacteriófagos. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/bacteriofagos/
Bacteriófagos. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/bacteriofagos.htm
Bacteriófagos: Conheça os parasitas que atacam as bactérias. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/bacteriofagos
O que é Bacteriófago. Disponível em: https://planetabiologia.com/bacteriofago-fago/